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Novo Prefeito, Novas Ideias

  • tribunaporto
  • 21 de out. de 2024
  • 2 min de leitura

Como medir e avaliar a qualidade ou as condições de vida nas cidades brasileiras? Sob quais critérios? Existe um único entendimento do que seja qualidade de vida, extensivo a todos? O que se espera que uma cidade deva oferecer aos seus habitantes?


A relevância do tema vincula-se também ao ritmo e à estrutura da urbanização brasileira referida aqui ao aumento da população urbana e a expansão ou crescimento de cidades (o que não esgota as concepções de urbanização; esta pode ser entendida também como a expansão do modo de vida urbano para além dos limites da cidade).


Entre outras perspectivas, a ideia de urbanidade oferece uma ferramenta para refletir sobre a vida nos núcleos urbanos. Antes de tudo, é preciso fazer algumas considerações sobre a cidade. Conforme o geógrafo francês Jacques Lévy, ela é um objeto essencialmente geográfico marcado pela conjunção de diversidade e densidade e concentração de pessoas e atividades.


Ela foi criada em praticamente todas as sociedades humanas para superar ou eliminar as distâncias espaciais e permitir as interações sociais. Elas se constituíram, assim, no berço principal da filosofia, da política, das ciências e das artes. Trata--se de um ambiente de evidente artificialidade, uma obra humana por excelência.


Assim, a urbanidade refere-se ao que a cidade deve ser e deve ter. Por tanto, deve ser avaliada em relação ao que ela pode oferecer, tal como ela é, e não em relação ao que não é próprio dela.


A ideia de urbanidade assinala que uma cidade deve, antes de tudo, as segurar a todos os seus moradores o acesso aos recursos disponíveis. Isso começa pela existência de um bom sistema de mobilidade e existência de espaços públicos.


O que pode ser verificado para avaliar a qualidade de vida da cidade? Considere-se em primeiro lugar que as cidades são espaços construídos sobre uma base natural em que podem aparecer morros, fundos de vale, cursos d'água, solos e coberturas vegetais.


Um segundo quesito diz respeito ao ambiente construído, envolvendo as edificações e seus usos, as atividades econômicas e as infraestruturas (redes técnicas de água, energia, saneamento) e serviços urbanos (coleta de lixo, transportes, varrição e limpeza de ruas etc).


Especial atenção deve ser dada ao sistema viário, aferindo as condições e funcionamento do trans porte coletivo, organização da malha viária, o peso da circulação de automóveis individuais, existência ou não de alternativas de deslocamento (ciclovias, passeios e caminhos para marcha pedestre etc).


Outro dado imprescindível é a existência de espaços públicos de acesso irrestrito, que pode ser utilizado pelos morado res. Neles, é importante verificar a disponibilidade de equipamentos (como brinquedos para crianças) e serviços. As cidades podem ser avaliadas em sua condição estética (por exemplo, se há poluição visual, preservação de fachadas e outros) e se os ambientes são aprazíveis, convidando ao convívio social. Do mesmo modo, pode-se verificar se há diversidade ou homogeneidade social.


É importante atentar aqui para o zoneamento da cidade, que normalmente restringe alguns usos e pode provocar verdadeiros “desertos” urbanos (zonas comerciais com muito movimento durante o dia e desertas à noite, ou bolsões residenciais com pouco movimento durante o dia).


Hoje Porto Feliz está bem em vários desses quesitos. Então, vamos tratar da saúde e educação. Vamos lá!


Roberto Prestes de Souza é professor e diretor responsável da TRIBUNA

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