As fotos que ilustram esta crônica são do ano de 1956 e mostram as valorosas Telefonistas que compunham a equipe da Central Telefônica de Porto Feliz, órgão da antiga Companhia Telefônica Brasileira. Essas ilustres mulheres trabalhavam dia e noite em sistema de revezamento, para atender às ligações locais, interurbanas e internacionais, estas últimas muito raras naquela época, por conta das enormes dificuldades técnicas que existiam.
Naqueles velhos, saudosos e poéticos tempos, os números das linhas telefônicas continham de um a três dígitos e, via de regra, as telefonistas guardavam na memória o número pertinente a cada residência ou estabelecimento comercial da cidade, vez que poucos eram os munícipes que dispunham de um aparelho telefônico.
Um dos modelos telefônicos mais antigos era composto por uma caixa retangular contendo o bocal e o receptor de ouvido, e ficava fixo na parede ou em algum móvel da casa. Lateralmente tinha uma espécie de manivela pela qual se acionava direta e necessariamente a Central Telefônica, onde as laboriosas Telefonistas atendiam e completavam a ligação para o número desejado.
Uma eventual chamada para a cidade de São Paulo demorava cerca de quatro horas, mas isso sempre dependia das condições atmosféricas, podendo, até mesmo, demorar muito mais tempo. A garotada daquela saudosa época, sem dúvida, adorava girar a manivela do aparelho telefônico apenas e tão somente pelo prazer de escutar, pelo pesado receptor junto ao ouvido, uma voz cordial e característica dizendo: “Telefonista!”.
Com esta matéria prestamos as nossas homenagens às dignas telefonistas que tão bons serviços prestaram ao povo e ao Município de Porto Feliz. Na foto que ilustra esta coluna aparecem, da esquerda para a direita, as dignas Telefonistas: Maria Cecília Fernandes de Camargo; Rita Lisboa de Oliveira Tauhyl; Adibe Neiffe; Iveta Ferrari e Albertina Verônica de Sutilo Bom. Velhos tempos de dias verdadeiramente felizes e repletos de magia que não voltam mais!
O telefone foi criado oficialmente pelo escocês Alexander Graham Bell no final do século XIX, na cidade de Boston - Estados Unidos.
Velha Terra de Araritaguaba / Das noites enluaradas / A reviver nas bandeiras / As tuas glórias passadas!
Reinaldo Crocco Júnior é advogado, escritor, pesquisador e colaborador da TRIBUNA
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