Dois Centros de Educação Infantil (CEIM) receberam carne imprópria e o produto foi substituído
As notícias de denúncias ao Ministério Público sobre a alimentação escolar causaram alvoroço entre pais de alunos. Inicialmente o caso veio a público como se tivessem sido denúncias de carne estragada ou imprópria para o consumo público servida nas escolas.
Depois do estrago feito, alguns órgãos de imprensa corrigiram seu noticiário. O Ministério Público da Comarca recebeu duas denúncias. O nome da autora da primeira delas é mantido sob sigilo. A denunciante apontou possíveis irregularidades no processo licitatório feito pela Prefeitura no ano passado.
A segunda denúncia é anônima e diz que a carne fornecida por uma empresa é de origem clandestina e estaria “causando problemas de saúde nos alunos e que haveria diversas reclamações e denúncias na ouvidoria do município de Porto Feliz”, conforme consta do resumo da denúncia.
Sem problemas
A TRIBUNA percorreu uma dezena de escolas municipais para saber da qualidade da alimentação escolar. A reportagem conversou com alunos, professores, merendeiras e diretores das escolas. Nenhuma escola confirmou as denúncias feitas ao Ministério Público de forma anônima. Dois Centros de Educação Infantil (CEIM) disseram ter recebido carne imprópria e devolveram o produto.
“Nossas merendeiras são extremamente pro fissionais, que amam o que fazem e até ficaram sentidas quando viram essa matéria”, disse prof. Luciano Guedes, diretor da escola municipal Vilma Antônio Fernandes (Jardim Vista Alegre). “Na escola Vilma nunca chegou nenhuma carne estragada.”
Diferenciada
Na primeira escola em período integral do município, a Dr. José Elias Habice Filho (Vila América), a equipe gestora tampouco ouve críticas à alimentação escolar, ao contrário. Esta escola serve um número maior de refeições por ter aulas e atividades durante todo o dia.
Além do café da manhã, comum a toda a rede municipal, a José Elias oferece almoço e café da tarde. “Aqui o cardápio é um pouquinho diferente também”, explica o diretor Anderson Dias. “À tarde a gente serve o bolo, serve o lanchinho com maior frequência que as outras escolas por ser período integral.”
Elogios
A escola já recebeu produtos impróprios para o consumo? “Nunca ocorreu”, responde o diretor. “Nós temos sempre um contato direto com a equipe de merenda, a gente faz reuniões periódicas e nunca houve nenhuma reclamação tanto por parte da merenda [merendeiras] como por parte dos alunos.”
Tampouco há reclamações por parte dos pais. “Há muitos elogios e eles adoram”, conta o diretor. “Mensalmente nós colocamos esse cardápio no grupo dos pais e eles elogiam muito esse cardápio.”
O cardápio
O cardápio é elabora do a cada mês por duas nutricionistas da Coordenadoria de Alimentação Escolar da Prefeitura. Alimentação Escolar é assunto sério, regulado por legislação federal. A lei determina a quantidade de proteínas e nutrientes de cada refeição de acordo com a faixa etária dos alunos.
Em Porto Feliz, além de seguir essa legislação, as nutricionistas usam de conhecimento e criatividade para incrementar as refeições com produtos locais e que sejam atrativos para o paladar dos alunos.
Grupo de pais
Pais de alunos de várias escolas contribuem com sugestões, como ocorre na escola municipal Coronel Esmédio (Centro). “Eles dão sugestões sobre como fazer, de melhorias, mas questões de problemas com a comida nunca ocorreu”, diz o diretor Daniel Piazentim.
“Aqui na nossa unidade escolar nunca houve esse fato. A merenda é entregue pela Coordenadoria de Merenda, as merendeiras conferem e se houver qualquer problema elas nos informam ou podem entrar em contato direta mente com a Coordenado ria de Merenda, mas isso nunca aconteceu.”
Amostras
Prof. Piazentim explica que as merendeiras retiram amostras de cada refeição preparada. Essas amostras são embaladas, etiquetadas e congeladas. “Todo dia as meninas, por questões de segurança e de lei, retiram uma amostra do que é cozinhado, colocam num saquinho e colocam dentro de um congelador para que, em qualquer dificuldade, seja identificado e rastreado”, diz o diretor. Este procedimento é realizado em todas as escolas da rede municipal.
Curiosamente, o prato preferido em muitas es colas, como Coronel Es médio e Dr. José Elias, é justamente aquele preparado com... carne. Quando tem estrogonofe no cardápio, os alunos voltam à fila para repetir.
Devolvido
De todas as escolas visitadas, apenas dois Centros de Educação Infantil relataram já ter devolvido alguma vez algum produto considerado impróprio para o consumo.
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