Um ajudante geral de 32 anos foi autuado em flagrante no último sábado (18) por tráfico de drogas. Em audiência de custódia, foi colocado em liberdade provisória. A ocorrência foi um tanto tumultuada. A Ronda Ostensiva Municipal (ROMU) patrulhava Vila Angélica. No início da noite, a equipe especializada da GCM viu passar pela rua Fran cisco Gomes de Toledo um Toyota Corolla.
Fuga
Segundo o depoimento dos guardas, o motorista acelerou o veículo ao ver a viatura e desobedeceu a ordem de parada. O carro seguiu em alta velocidade até ser interceptado a alguns quarteirões de distância na rua Santa Inês.
Os GCMs disseram à Polícia Civil que o ajudante geral estava “bastante agressivo” e eles tiveram de usar de força para contê-lo. Durante o tumulto, o ajudante “acabou caindo no solo e lesionando a boca”.
Aruck
A equipe da ROMU pediu apoio aos colegas do Grupo de Operações com Cães. O cão fareja dor Aruck deu uma busca no Corolla e encontrou 21 porções de cocaína, sob o banco do motorista (29 gramas). No carro havia também R$ 250 em cédulas de cinco, dez, vinte e cinquenta reais espalhadas pelo assoalho do veículo.
O delegado de Polícia Civil de Porto Feliz, Raony de Brito Barbedo, determinou que o ajudante fosse autuado em flagrante por tráfico de drogas. Assistido por sua advogada, o ajudante negou as acusações e disse ter sido agredido.
Negou tudo
O ajudante geral disse que comprou o Corolla a prestações e não tem carteira de habilitação. Pela tabela FIPE, um veículo como o dirigido pelo autuado valia quase R$ 53.500 nesta semana.
Ele disse que “encontrou alguns conhecidos seus e parou”. Estava conversando “ainda de dentro do carro” quando viu a viatura chegando e decidiu fugir por não ser habilitado. Foi cercado por “diversas viaturas, acredita que quatro”.
Segundo a versão dele, ao descer do Corolla foi agredido pelos GCMs. Pouco depois chegou a equipe do GOP, o carro foi vistoriado e “passaram a dizer que haviam localizado drogas no veículo”, o que “não é verdade”.
Audiência
A audiência de custódia ocorreu na manhã de domingo (19) no Plantão Judiciário de Itu. A juíza de Direito Liliana Regina de Araujo Heidorn Abdala homologou o flagrante e concedeu liberdade provisória ao ajudante geral.
Ela entendeu que os GCMs não viram o autuado vendendo drogas. “Assim, embora admissível em tese a prisão preventiva, verifico que não consta, ao menos em princípio, que o custodiado seja integrante de organização ou facção criminosa, e não houve demonstração inequívoca que o réu efetivamente estaria vendendo drogas”, escreveu a juíza na decisão.
‘Gerente’
O entendimento foi diverso do que disse a então juíza titular da 2ª Vara da Comarca, Ana Cristina Paz Neri Vignola, em sentença datada de 2019. Ao condenar o ajudante geral a seis anos, nove meses e vinte dias de reclusão (regime inicial fechado), a juíza Ana Cristina escreveu que naquele processo havia ficado “evidenciado que ele se dedicava às atividades criminosas, bem como integrava organização criminosa (...) sendo tido no sistema hierarquizado como gerente, ou seja, inclusive com posição de comando”.
O ajudante saiu da prisão e ingressou no regime aberto em dezembro de 2021.
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