No mesmo dia do crime as vítimas encontraram o anúncio de venda da Yamaha XTZ 2009 nas redes sociais
A Polícia Militar recuperou nesta quarta-feira (4) uma moto recém-furtada. Um jovem de 20 anos foi autuado em flagrante por roubo e vai responder ao processo em liberdade.
Afinal, foi furto ou roubo? Começou como furto, mas depois se transformou em roubo, no entendimento da autoridade policial.
Da garagem
O crime ocorreu na madrugada de terça-feira numa chácara do Recanto Portela (Bom Retiro). A Yamanha XTZ 125 E azul, modelo 2009, estava na garagem. Como os portões estavam fechados, os ladrões tiveram de tirar a moto pela lateral da propriedade.
No mesmo dia do furto a moto já estava à venda. Um filho da vítima encontrou o anúncio no Instagram. A moto, cujo preço médio de mercado segundo a Tabela FIPE é de R$ 6.427, estava sendo anunciada por R$ 1.500.
Vizinho
Detalhe: o vendedor mora no mesmo bairro, o Recanto Portela, a uma pequena distância da chácara das vítimas. Passando-se por comprador, o filho da vítima entrou em contato com o vizinho e marcou um encontro para a manhã de quarta-feira.
O proprietário e dois filhos foram à chácara de R. V. C. e confrontaram o jovem. Eles queriam a moto de volta. De acordo com o relato das vítimas, R. reagiu com violência e agrediu um dos filhos da vítima para impedi-lo de reaver a XTZ.
Polícia Militar
A Polícia Militar foi chamada. Os PMs, ao examinar o veículo, constataram que a numeração de segurança do chassi já tinha sido raspada. A moto estava sem placa.
Os policiais deram uma busca na chácara do suspeito pois havia informações de que no local funcionava um desmanche de veículos. Nada de ilegal ou suspeito foi encontrado.
Flagrante
R. V. C. foi conduzido à Delegacia de Polícia Civil, onde deu sua versão. Disse que viu a moto anunciada no Facebook e a comprou por R$ 800. A moto teria sido entregue na propriedade pelo próprio vendedor.
O suspeito garante que não pensou que a moto fosse produto de crime, apesar de estar sem placa e do preço oito vezes menor. Então à noite, três homens foram à sua propriedade e o agrediram a coronhadas.
Fantasia
O autuado disse que conseguiu fugir. Durante a fuga, perdeu o celular, e a moto tinha sido levada pelos desconhecidos. Ao voltar para casa na manhã de quarta-feira, antes que tivesse tempo de registrar o roubo, foi preso pela PM.
O delegado titular de Porto Feliz, Raony de Brito Barbedo, considerou a história do suspeito fantasiosa demais. Além disso o autuado não conseguiu comprovar a existência do primeiro anúncio de venda da moto furtada, e como ele disse ter pago R$ 800 em dinheiro, tampouco havia rastro digital da transação.
Roubo
Pior, o delegado entendeu que o uso de violência contra as vítimas que tentaram reaver a moto configurou o crime de roubo e R. V. C. foi autuado com base no artigo 157 do Código Penal. A pena para roubo é de reclusão, de quatro a dez anos, e multa.
Na quinta-feira (5) o juiz de direito João Victor Vardasca Milan, da Vara Regional das Garantias (Sorocaba), homologou o flagrante e concedeu liberdade provisória ao autuado. O juiz concedeu o benefício por R. V. C. não ter antecedentes criminais.
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