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Osmar Pinheiro é condenado a 24 anos

Em março do ano passado ele matou a esposa Noemi com dez facadas e fugiu



Na quarta-feira (14) Osmar Pinheiro voltou à cidade para ser julgado por feminicídio. No ano passado, ele matou a esposa com dez facadas num crime que chocou Porto Feliz. A vítima é Noemi Rodrigues, que chegou a ser socorrida com vida e morreu na Santa Casa.


Osmar, hoje com 59 anos, foi considerado culpado por feminicídio com quatro qualificações. Ele matou a esposa por motivo fútil, sem que vítima pudesse se defender e por meio de execução cruel. O crime foi cometido na presença da filha adolescente, o que também contribuiu para aumentar a pena: 24 anos de prisão inicialmente em regime fechado.


O julgamento

A sessão do Tribunal do Júri teve início às 9h no Edifício do Fórum Dr. Alcebíades Draco de Albuquerque. O Conselho de Sentença, formado por sete jurados, ouviu as testemunhas de acusação, depois as testemunhas de defesa e, no final, o interrogatório do réu. A Promotoria de Justiça apresentou primeiro seus argumentos. A seguir falou da defesa.


O Conselho de Sentença considerou Osmar culpado de feminicídio (homicídio cometido em razão do gênero da vítima) qualificado. Ele recebeu pena de 24 anos num crime que poderia lhe valer até trinta anos de prisão.


O crime

Noemi, que trabalhou por muitos anos no Sindicato dos Comerciários e, por isso, era conhecida na cidade como Noemi do Secom, morreu na noite de 16 de março de 2023. Noemi e Osmar, que moravam no Jardim América, tiveram uma discussão.


Logo depois de ser preso, o réu disse ter ficado “transtornado, de modo que perdeu o controle” em meio à briga. Pegou uma faca com lâmina de 16 centímetros e “desferiu alguns golpes contra a vítima, não sabendo precisar a quantidade”.


Foram tantos que socorristas e policiais não souberam dizer, na noite do crime, quantos golpes Noemi sofreu. O laudo do Instituto Médico-legal informa que foram dez.


Socorro

No momento do crime — por volta das 22h —, filha estava em seu quarto. Ela saiu para a rua gritando por socorro. Quando a Guarda Civil Municipal chegou, Noemi já estava sendo socorrida pelo Resgate Municipal. Ela foi levada à Santa Casa, onde morreu.


Os GCMs encontraram a arma do crime. Osmar escondeu-a num cômodo nos fundos da casa, sob alguns objetos. De acordo com os guardas, o autor do crime usava luvas. Ele tirou-as, lavou as mãos nesse cômodo e fugiu.


Fuga

GCM e Polícia Militar mobilizaram suas equipes para tentar localizar Osmar Pinheiro. A rua onde o crime ocorreu, a Mauro Batista de Souza, é pequena. Tem apenas um quarteirão e termina numa paralela da rodovia Marechal Rondon. O local é uma área de mata e o autor do crime não teve dificuldades para se esconder. PMs e guardas continuaram as buscas, sem sucesso.


Na manhã do dia seguinte (17), a Polícia Militar recebeu a informação sobre um homem que caminhava pela Rondon na direção de Itu. A descrição correspondia às características do procurado. Sujo de sangue Uma equipe foi averiguar a informação e encontrou o réu confesso no quilômetro 121 (altura do bairro Caiacatinga). Ele vestia um moletom da marca Blue Bird coberto de sangue. De acordo com os policiais militares, de pronto ele admitiu o crime.


Osmar disse aos PMs que, depois de esfaquear a esposa, tentou se matar. Ele tinha uma marca no pescoço compatível com enforcamento.


Osmar foi autuado em flagrante pelo delegado de Polícia Civil titular da cidade, Raony de Brito Barbedo. Apesar dos indícios de premeditação, ele insistiu na versão de perda de controle emocional. Disse que era psicólogo e estava sob tratamento psiquiátrico. Desde então ele está atrás das grades, e vai continuar assim por um bom tempo.

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