Médica veterinária é encontrada morta

Pelas circunstâncias e depoimentos das testemunhas, ela tirou a própria vida

Uma moradora notou o carro estacionado na rua de pouco movimento, mas não deu importância. Só duas horas depois, ao ver que o HB20 20X 16A Evolution continuava no mesmo local, ela se aproximou.

Para surpresa da moradora, o veículo estava ligado e a mulher que encontrava-se ao volante parecia inconsciente. A testemunha ligou para a Guarda Civil Municipal de Boituva e uma equipe chegou ao local por volta das 15h45 do último domingo (25).

Aparelho ligado

A cena chocou os GCMs. A motorista, pálida e de lábios azulados, estava recebendo alguma substância por via intravenosa. A bomba de infusão estava ligada e emitia um alerta sonoro. A agulha continuava no braço da vítima.

Com a mão esquerda ela segurava o celular. A outra mão estava apoiada no câmbio do veículo. Havia medicamentos no interior do HB20 branco estacionado na rua Uirapuru (Chácara dos Pinhais), mas os guardas não conseguiram identificá-los de imediato.

Já morta

Os guardas pediram ajuda ao SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), mas os paramédicos não puderam fazer mais nada. A mulher ao volante já estava morta.

Peritos do Instituto de Criminalística de Itapetininga examinaram o carro, o equipamento e as ampolas de medicamentos vazias. Todo o material foi apreendido e levado para perícia.

A vítima

O marido e uma irmã da médica veterinária Maíra Panegassi Ottoni (36 anos) reconheceram o corpo. Ela morava e trabalhava em Porto Feliz.

No domingo, ela telefonou para a mãe que reside em Amparo (município da região de Campinas) e disse que pretendia fazer “o que tinha tentado antes”. Chorando muito, a mãe de 62 anos prestou depoimento à Polícia Civil de Boituva nesta segunda-feira (26).

Depressão

Ela contou que a filha lutava contra a depressão. As crises surgiam de súbito, sem motivo aparente. Maíra já havia tentado se matar algumas vezes, e numa das vezes usou medicamentos. Depois de telefonar para a mãe, Maíra desapareceu e ninguém conseguia encontrá-la.

Ela viajou de Porto Feliz para Boituva possivelmente pela rodovia Presidente Castello Branco. O bairro onde o corpo foi encontrado, a Chácara dos Pinhais, é o primeiro de Boituva para quem sai da Castello pelo trevo do quilômetro 110, pouco antes da praça de pedágio.

É um bairro de chácaras e de pouco movimento. As ruas são usadas apenas pelos moradores, e muitas propriedades são de veraneio, por isso a demora até que o suicídio fosse descoberto. A Polícia Civil de Boituva instaurou inquérito e aguarda os laudos para ter certeza de que foi suicídio.