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Lúcifer e Bin Laden, os ídolos do homem que profanou o altar da Igreja Matriz

Ele pode ser condenado a até cinco anos de reclusão com base na Lei 9.459



Depois de quase três séculos de existência, a Igreja Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens foi profanada. Para que ela volte a ser utilizada pela comunidade católica será necessária a realização de um rito especial de perdão para restaurar a dignidade do templo e a santidade da igreja.


A Policia Civil está investigando um homem de 37 anos, responsável pela profanação. Ele gravou a invasão à igreja e a profanação do altar. Depois, de acordo com várias testemunhas, publicou o vídeo em suas redes sociais tendo como trilha sonora uma música que exalta Lúcifer, que na tradição cristã é o maior dos demônios. O sistema de segurança da Matriz também gravou imagens do ocorrido.


Profanação

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo padre Aparecido Carlos dos Passos, pároco de Nossa Senhora Mães dos Homens, a profanação ocorreu na manhã da quinta-feira 2.


Gravando a si mesmo com um celular, o acusado entrou na Matriz, caminhou até o altar e sentou- -se na cadeira destinada ao padre ou ao presidente da celebração. Na cadeira, o acusado fez movimentos estranhos, que alguém nas redes sociais comparou aos movimentos de uma cobra.


Lúcifer

O autor da profanação publicou o vídeo em suas redes sociais (Instagram e Facebook) acompanhado de uma música em inglês que exalta Lúcifer. No vídeo ele também se vangloriou da profanação e chegou a colocar como foto do perfil no WhatsApp sua foto sentado na cadeira do altar da Matriz de Nossa Senhora Mãe dos Homens.


As postagens eram públicas e muitas pessoas da comunidade puderam vê-las antes que o autor excluísse todo o material de suas redes sociais. As câmeras de segurança da Matriz também registraram a profanação; as imagens foram entregues à Polícia Civil pelo Padre Carlinhos.


Dois crimes

O delegado de Polícia Civil titular de Porto Feliz, Raony de Brito Barbedo, enquadrou a ocorrência em dois crimes, “Ultraje a culto e impedimento ou perturbação de ato a ele relativo” (artigo 208 do Código Penal) e “Preconceito” (artigo 20 da Lei 9.459).


A pena por ultraje a culto é de detenção, de um mês a um ano, ou multa. A lei contra preconceito é mais severa. Ela prevê reclusão de dois a cinco anos e multa para quem cometer este crime contra raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.


Apreensão

O boletim de ocorrência foi registrado na sexta-feira 3. Nesta semana, delegado Raony obteve do Poder Judiciário da Comarca autorização para fazer uma busca e apreensão na casa do investigado.


Segundo a TRIBUNA apurou, o delegado e equipe apreenderam um celular. Com autorização judicial, o sigilo telefônico e telemático será quebrado; o aparelho está sendo entregue ao Núcleo de Peritos de Sorocaba para perícia.


Temor

Ao registrar a ocorrência, Padre Carlinhos disse que ele “e o corpo de fiéis temem por possível atentado violento, em razão do perfil publicado nas redes sociais do autor”.


O acusado publicou elogios a atos terroristas, “inclusive foto do conhecido terrorista Osama Bin Laden” — o idealizador dos ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001.


Rito

A profanação do altar da Igreja Matriz de Nossa Senhora Mães dos Homens exige a realização de um rito de perdão para que os cultos voltem a ser celebrados. Há pouco mais de um ano, o Arcebispo Metropolitano, Dom Julio Endi Akamine, determinou a realização deste rito num caso de profanação ocorrido em Sorocaba.


Em 31 de agosto de 2023, a paróquia Cristo Rei foi invadida e o sacrário, jogado ao chão e danificado. Na ocasião a Arquidiocese explicou que era necessário “o rito penitencial a fim de reparar essa grave injúria à sacralidade do lugar e à santidade das celebrações”. “Os delitos cometidos numa igreja atingem e prejudicam toda a comunidade dos que creem em Cristo, da qual o edifício sagrado é sinal e imagem”, disse dom Julio.

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