Sindicalista e traficante foram considerados culpados pelo Conselho de Sentença
Depois de mais de dez horas de sessão, o Tribunal do Júri condenou os dois homens acusados de matar o advogado Ari Mancio Camargo.
O autor dos disparos que tiraram a vida do advogado, Ederson Luis de Camargo — o Alemão —, foi sentenciado a 22 anos e seis meses de prisão. O mandante do crime, o sindicalista Davi Geraldo Romero, recebeu pena de vinte anos.
Já presos
O Tribunal do Júri reuniu-se na quarta-feira (10) no Fórum da Comarca. A sessão teve início por volta das 9h. O Conselho de Sentença assistiu ao depoimento de nove testemunhas e dos dois réus, que estão presos desde dezembro de 2022.
De acordo com os autos do processo, Ari Mancio atuava como advogado do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Papel (Sipapel), então presidido por Davi Geraldo Romero. O advogado estava cobrando uma quantia devida pelo sindicalista.
R$ 100 mil
Por R$ 100 mil, Davi contratou Ederson Luis de Camargo para executar Ari Mancio. O crime ocorreu em 27 de agosto de 2022 no sítio da vítima no bairro Soamim.
De acordo com a Polícia Civil, o sindicalista sabia que o advogado estaria no sítio naquele final de semana, sozinho, e avisou Alemão.
Execução
O advogado recebeu três tiros na nuca e dois na testa. Os laudos provaram que ele estava ajoelhado quando foi alvejado. Esta circunstância, mais a idade da vítima (77), agravaram as penas dos dois réus.
Ari foi visto caído no terreno por um vizinho. O crime não teve testemunhas e não havia na região do sítio nenhuma câmera de segurança.
DEIC
Pela complexidade e repercussão do caso, as investigações foram assumidas pela Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC) de Sorocaba.
Quatro meses depois da execução, em dezembro de 2022, a equipe do DEIC reuniu a imprensa para anunciar o esclarecimento do caso e a prisão de quatro pessoas. Duas — um homem e uma mulher — foram presos por outros motivos, tráfico de drogas e porte ilegal de arma.
Repercussão
Os dois acusados pelo homicídio foram presos temporariamente. A seguir, o Judiciário decretou a prisão preventiva de ambos. Mais recentemente, Davi Geraldo Romero estava no Centro de Detenção Provisória de Sorocaba e Ederson Luis de Camargo Cruz na Penitenciária de Mairinque.
Eles foram condenados em regime fechado. Ari Mancio de Camargo presidiu a subsecção da Ordem dos Advogados do Brasil de Porto Feliz por três vezes. Sua morte teve repercussão nacional, e a condenação dos dois responsáveis pelo crime foi noticiada pela imprensa de todo o País.
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